domingo, 27 de março de 2011

CONTOS MARAVILHOSOS: SIMPLICIDADE CRÍTICA

        Escrever é sempre uma ótima forma de relacionar o mundo à sua volta. Para tanto, os contos são textos que já há muito tempo nos envolvem em suas aventuras e críticas ao meio social. Desde sempre o homem busca, através da expressão, alcançar respostas para seus próprios instantes.
       Pensando nisso, alunos do 6º ano foram convidados a escrever novos contos maravilhosos, tendo como ponto de partida essa cena, do conto O pássaro mavioso:

Veja os resultados de duas redações selecionadas:     

         O DESAPARECIMENTO

         Certa vez, num reino distante, morava um príncipe solitário que só ficava no quarto com seu papagaio e ficava pensando como era o mundo afora. A vida dele era excelente, tinha piscina, uma linda vista para o mar e era tratado muito bem.
         Quando completou quinze anos, ele e seus pais saíram para a cidade, pois precisavam comprar alimentos. Ao chegar lá, ele viu uma loja no meio da cidade e falou:
         - Mãe, vou naquela loja ali, tá?
         - Tá, mas tome muito cuidado.
         - Certo. Até logo!
         E saiu. Quando chegou lá, perguntou:
         - Essa loja vende o quê?
         - Vende artefatos de madeira e barro.
         - Legal! Posso ver alguns modelos?
         - Sim, vou pegá-los.
         Ao pegar os artefatos, entrou um cara, estranho, com uns objetos estranhos nas mãos.
         Depois, quando o príncipe estava indo embora, ele foi rendido e levado para um lugar esquisito:
         - Se você quiser sair daqui, vai ter que passar por duas provas. Sua recompensa é uma linda moça.
         - Certo! – o príncipe exclamou.
         - A primeira será passar por um rio de piranhas e a outra é fazer isso em menos de trinta minutos.
         Ele conseguiu passar em vinte minutos, pegou a linda moça, casou-se, voltou para o reino. O ladrão foi preso e todos viveram felizes para sempre.

Arthur Mangussi, 6º ano

         A ARMADURA E O FEITIÇO

         Era uma vez um príncipe que se chamava Eduardo. Ele tinha o seu melhor amigo, que era um pássaro, Kiquir.
         Eduardo tinha uma rival: a bruxa Marquela, que queria transformar o príncipe em um sapo e o pássaro em uma formiga.
         O rei não gostava que Eduardo ficasse tentando deter Marquela, pois a bruxa já o tinha transformado em estátua. O príncipe ficava nervoso quando o pai falava, mas, para se tranquilizar, ele sentava em uma pedra com Kiquir, em frente ao castelo. Perto tinham várias montanhas. Lá, conversava com o pássaro, onde brincava e se sujava.
         A mãe de Eduardo o chamou, dizendo que havia um problema: o castelo tinha recebido notícias de que a bruxa estava vindo para raptá-lo. Todos ficaram desesperados pensando em como ajudar o príncipe.
         Então, o pai falou:
         - Se esconda nos fundos!
         - Está bem, pai, você é que manda. – disse Eduardo.
         Chegou a hora, a bruxa entrou procurando o príncipe. A mãe e o pai só choravam e os guardas ficavam de olho na bruxa. De repente, Eduardo apareceu. O pai naquele momento ficou nervoso com o filho.
         Quando a bruxa lançou o feitiço, o príncipe pegou a armadura de um dos guardas e se protegeu. Assim, o feitiço bateu na armadura e voltou para Marquela.
         A bruxa, em vez de virar um sapo, virou pó e, então, o castelo ficou são e salvo.
        
         Marya Eduarda Rabelo, 6º ano

Conheça o conto original em:

sábado, 12 de março de 2011

TRANSPOR AS LEIS MESQUINHAS DOS MORTAIS

O mito conta uma história sagrada; relata um acontecimento que teve lugar no tempo primordial, no tempo fabuloso das origens.        Mircea Eliade, 1963.

          Todas as culturas têm histórias tradicionais que relatam ou explicam, de forma mais ou menos fantástica, aspectos da vida ou da natureza que são importantes para a coletividade: o dia e a noite, o sol, a existência de entidades sobrenaturais, a origem do homem, eventos longínquos do passado, monumentos esquecidos e assim por diante. De maneira geral, as diversas histórias de deuses e heróis podem ser organizadas em três grupos principais:
a.      mitos propriamente ditos;
b.      contos ou sagas com elemento histórico;
c.       histórias de aventuras.
          Ensinados desde cedo às crianças, os mitos estavam profundamente enraizados na cultura grega e, particularmente, na literatura, na arte e na filosofia. Reis, famílias aristocráticas e até mesmo categorias profissionais, como a dos médicos gregos, procuravam ligar-se genealogicamente a antepassados míticos, divinos ou simplesmente heróicos.
          A importância da mitologia grega ultrapassou a Grécia Antiga e também os séculos que nos separam dela. Para a compreensão da cultura Ocidental e, notadamente, o entendimento de grande parte das obras artísticas ou literárias dos últimos 2.500 anos, é crucial conhecer os principais mitos e os mais importantes personagens das lendas gregas.
          A mitologia, finalmente, não deve ser confundida com a religião. Mitologia é, simplesmente, um conjunto de crenças diversas e de relatos fictícios; já religião envolve rituais e outros procedimentos que têm a finalidade de estabelecer vínculos com a divindade.
In: Mircea Eliade, Aspects du mythe, Paris, Gallimard, 1963.

EU, PRISIONEIRO MEU...

          Para os povos antigos, a Fênix simbolizava o Sol, que ao final de cada tarde se incendeia e morre, renascendo a cada manhã. Neste sentido, os russos acreditavam que ela vivia constantemente em chamas, por isso era conhecida como Pássaro de Fogo. Diante da perspectiva da morte, ela era considerada como um símbolo de esperança, de persistência e de transformação de tudo que existe, um sinal da vitória da vida e da inexistência da morte como ela é atualmente concebida pela civilização ocidental.
          Seu canto era extremamente doce, ganhando tons de intensa tristeza com a proximidade da morte. As lendas afirmam que sua formosura e sua melancolia influenciavam profundamente outros animais, podendo mesmo levá-los à morte. Afirma-se que somente um pássaro podia existir de cada vez, e que suas cinzas tinham o dom de ressuscitar alguém que já morreu. O nome adotado entre os gregos para esta ave pode ter surgido de um erro de Heródoto, grande historiador da Grécia Antiga, pois ele possivelmente confundiu o pássaro com a árvore sobre a qual ela era geralmente representada, a palmeira – phoinix em grego.