sexta-feira, 29 de julho de 2011

Nothing can keep me from you

               Certas coisas acontecem na nossa vida para realmente nos deixar confusos. São tantas sensações, tantos desencontros e nunca sabemos o que realmente desejamos. Essa angústia de encontrar soluções instantâneas e caminhos seguros, faz do nosso ser um perfeito moinho no qual nem os ventos podem se direcionar.
               É modesta a forma pela qual a vida se delineia. Todos nós, enlouquecidos, buscando meios para amenizar nossas turbulências. Jamais paramos, sequer olhamos ao redor. Trazemos sempre a lamentação conosco. Ao nosso lado, a recordação e a lembrança transformam nossa realidade num carrossel de informações.
               Meu Deus! Como não entendemos esse instante? Como somos tão inteligentes e não sabemos contornar os fatos para o nosso próprio favor? As coisas acontecem por si sós e, ainda assim, as ignoramos em seu percurso natural. Queremos sempre o mais difícil, o mais complicado.
               Talvez essa seja definitivamente a nossa maior sina: a de transpor a racionalidade. Sem saber pra onde, sem saber como, nem quando. Apenas mentalizamos que isso tenha um fim. O tempo pode ajudar nessa tarefa bem sacrificante. Se é possível que se vença, isso nem o destino sabe nos dizer, pois é ele mesmo quem pede para dar tempo ao tempo...
               Então, é melhor ter a certeza de que nada pode nos separar desses instantes e enfrentá-los com pulso firme. Seremos fortes, na medida do possível, e sábios - se a nossa razão permitir.



Lirismo

R A P T O

De todos os desejos provei o mais absoluto
De todas as formas encontrei a mais sinuosa
De todas as pessoas escolhi você

Mistura de tempo e momento
Razão e sentimento

Acima do céu, um brilho incandescente
Abaixo de mim, uma terra firme

Nunca esperei você pra me levar
Jamais impossibilitei sua vontade

Quem pode vociferar-me assim?

Qual exatidão é você
Que preenche minha solidão com seu gesto
Que ignora minha seriedade e me consome
Que enxuga minhas lágrimas
Que vê o meu coração e o acalenta?

Mal me recomponho e já vem a hora
Triste, sem graça, dúbia.

Não me devolva! Não me entregue!
Garanta-me.
                                                                           Enio Silva